

Começam as declarações iniciais do julgamento do rapper Diddy em Nova York
Os argumentos de abertura do julgamento contra o ex-magnata da música Sean "Diddy" Combs, por tráfico sexual e associação criminosa, começaram nesta segunda-feira (12) em um tribunal de Nova York.
Acusado de dirigir uma rede criminosa que obrigava as vítimas a participar de orgias sob o efeito de drogas, ameaças e coerção, Combs, de 55 anos, declarou-se inocente de todas as acusações.
A escolha dos 12 membros e seis suplentes do júri terminou nesta segunda. Durante o processo de seleção, os promotores descartaram sete candidatos negros, o que levou a equipe de defesa de Combs a alegar parcialidade.
Os jurados foram selecionados para lidar de forma imparcial com os depoimentos de artistas de hip-hop, profissionais do sexo e pessoas envolvidas no consumo e na distribuição de drogas.
Durante os dois meses que se espera que o julgamento dure, os membros do júri deverão permanecer anônimos, mas não estarão isolados. Assim, terão que se responsabilizar por manter-se longe do que é escrito na imprensa e nas redes sociais sobre este caso de grande repercussão midiática.
Diddy, vencedor de um prêmio Grammy, foi durante décadas uma das figuras mais poderosas da música.
Com cabelo grisalho, já que não pode tingi-lo na prisão onde aguarda o julgamento desde setembro, ele teve a companhia, no Tribunal Federal do Distrito de NY em Manhattan, de sua mãe Janice e vários de seus filhos, incluindo as gêmeas de 17 anos.
O artista, autorizado pelo juiz a vestir roupas civis durante o julgamento, vestia uma camisa branca sob um moletom bege, calças cáqui e óculos com armações pretas.
Pode-se ver Combs interagir com seus advogados e alguns dos que estavam sentados no público.
Se for considerado culpado, Diddy, também conhecido como Puff Daddy e P Diddy, pode ser condenado a passar o resto de sua vida na prisão.
Uma multidão de jornalistas, que fizeram fila a noite toda para garantir um lugar na sala do tribunal, e centenas de curiosos se aglomeraram para ver o músico, propulsor do hip-hop no cenário internacional.
Enquanto os promotores alegam que ele organizava orgias e forçava relações sexuais sob efeito de drogas, seus advogados afirmam que as festas eram totalmente consensuais e faziam parte do estilo de vida boêmio de Combs.
- Vídeo comprometedor -
O artista foi objeto durante anos de acusações de agressão física, que remontam até o início da década de 1990.
A relação de Combs com a cantora Cassandra "Cassie" Ventura, que deve ser uma testemunha-chave no julgamento, é fundamental para o caso.
Um vídeo de 2016 gravado por uma câmera de segurança de um hotel mostra Diddy agredindo fisicamente Cassie nos corredores do estabelecimento.
A qualidade das imagens, publicadas em primeira mão pela CNN, foi um tema de fricção entre a defesa e a acusação. O juiz Arun Subramanian determinou que se mostrem no processo partes do arquivo, embora não se saiba quais.
R.Michiels--LCdB