

Juíza bloqueia temporariamente demissões de governo Trump
Uma juíza americana ordenou nesta quinta-feira (16) que o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, interrompesse as demissões em massa de trabalhadores federais durante o fechamento do governo, depois que a Casa Branca anunciou que planejava demitir 10.000 funcionários públicos.
A paralisação orçamentária, que resulta no fechamento das atividades públicas, entrou em sua terceira semana, com o Congresso em impasse sobre o orçamento e Trump cumprindo suas ameaças de reduzir drasticamente a força de trabalho em resposta.
A juíza distrital Susan Illston emitiu a ordem de restrição temporária em San Francisco em resposta a uma ação judicial apresentada por sindicatos, que alegam que as demissões são ilegais.
Alguns funcionários também não sabiam que estavam sendo demitidos porque os avisos foram enviados para contas de e-mail do governo que não podem ser acessadas durante um fechamento ou "shutdown" como o que está em curso, segundo a ordem de sete páginas a qual a AFP teve acesso.
Illston afirmou que os sindicatos ouviram relatos de grávidas e outros trabalhadores que "temem que seu seguro de saúde seja afetado", mas não há ninguém no escritório para responder perguntas.
"Aqueles que receberam avisos de redução de pessoal não podem se preparar para suas próximas demissões porque o pessoal de recursos humanos que normalmente os assistiria também está suspenso", acrescentou a magistrada.
O chefe de orçamento de Trump, Russ Vought, foi questionado em uma entrevista sobre o número de demissões.
"Acho que provavelmente acabaremos ultrapassando os 10.000. Queremos ser muito agressivos onde pudermos para reduzir a burocracia", respondeu.
Documentos judiciais apresentados pelo Departamento de Justiça mostraram que mais de 4.000 funcionários foram demitidos na sexta-feira. Os departamentos de Tesouro, Saúde, Educação e Habitação foram os mais afetados.
Vought afirmou que isto era apenas uma amostra e que haveria mais demissões.
A decisão judicial ocorre no momento em que o Senado falhou, pela nona vez, em aprovar um projeto de lei de financiamento previamente aprovado pela Câmara dos Representantes e defendido pelos republicanos.
Trump advertiu que a contínua recusa dos democratas em apoiar a resolução resultaria em demissões em massa de trabalhadores considerados alinhados ao partido de oposição.
D.Pauwels--LCdB