

Governo do Panamá corta internet em província agitada por saques
As autoridades do Panamá suspenderam neste sábado (21) os serviços de internet e telefonia móvel na província de Bocas del Toro, depois que o presidente José Raúl Mulino decretou o estado de urgência após quase dois meses de protestos contra o governo, informou uma fonte oficial.
Mulino suspendeu na sexta-feira as liberdades de reunião e movimento na região onde grupos de manifestantes provocaram danos no aeroporto, em alguns comércios e escritórios, e mantêm bloqueios de estradas.
A Autoridade Nacional dos Serviços Públicos (Asep) informou na rede social X que, com base no decreto de urgência, "foi coordenada a suspensão temporária do serviço de telefonia móvel e internet residencial na província de Bocas del Toro até 25 de junho".
A Asep esclareceu que está mantido o funcionamento da internet para os serviços de saúde, o comércio e as entidades de governo.
As manifestações contra o governo, iniciadas há quase dois meses e que se tornaram violentas na quinta-feira, deixaram um morto, mais de 100 detidos e dezenas de feridos, entre eles 13 policiais, segundo as autoridades.
O estado de urgência que prevalece em Bocas del Toro deixou temporariamente sem efeito as garantias constitucionais que impedem a violabilidade de domicílio e a revisão de comunicações pessoais, entre outras.
A Polícia Nacional informou que, na madrugada deste sábado, "delinquentes forçaram a porta" de um depósito de insumos médicos na cidade de Changuinola, em Bocas del Toro.
Desde 28 de abril, o governo de Mulino enfrenta protestos em Bocas del Toro em rechaço a uma reforma da previdência.
Até a semana passada, os trabalhadores do setor bananeiro lideravam as mobilizações sociais, mas, após um acordo de seu sindicato com o governo, outros grupos que se consideram afetados pela reforma continuam exigindo a revogação completa da lei.
H.Vermeulen--LCdB