

Trump preside assinatura de acordo entre Armênia e Azerbaijão
A Armênia e o Azerbaijão assinarão, nesta sexta-feira (8), um acordo de paz em Washington, qualificado de "histórico" pelo presidente Donald Trump, cujo objetivo é pôr fim a um conflito territorial de décadas e aumentar a influência dos Estados Unidos em uma região estratégica.
Estas duas antigas repúblicas soviéticas travaram várias guerras desde o desmembramento da União Soviética pelo Karabakh, uma região do Azerbaijão então habitada por uma maioria armênia.
O Azerbaijão tomou pleno controle da zona em setembro de 2023 após uma ofensiva relâmpago contra os separatistas armênios do Karabakh, que provocou a fuga de mais de 100 mil armênios.
"Muitos líderes tentaram pôr fim à guerra, sem êxito até agora, graças a 'TRUMP'", anunciou o presidente americano em sua plataforma, Truth Social, na noite de quinta-feira (7).
Donald Trump, que se considera merecedor do Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho de mediação em diversos conflitos, especificou que será realizada uma "cerimônia de assinatura da paz" durante uma "cúpula histórica" com a participação do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian.
O líder armênio será recebido na Casa Branca às 14h35 (15h36 de Brasília) para um encontro com Trump, seguido pelo líder do Arzebaijão às 15h15 (16h15 de Brasília).
Às 16h15 (17h15h de Brasília) espera-se que os três líderes assinem o acordo juntos.
As duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso assinaram uma declaração conjunta que contempla, em particular, a criação de uma "área de trânsito" que atravesse a Armênia e conecte o Azerbaijão com seu enclave de Najicheván, mais ao oeste, declarou, nesta sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly.
- "TRIPP" -
Esta zona de trânsito, que Baku reivindica há muito tempo, se chamará "Via Trump para a paz e a prosperidade internacionais" ou TRIPP, especificou, em sua sigla em inglês. Os Estados Unidos terão direitos de construção no local.
Além disso, segundo Anna Kelly, o Azerbaijão e a Armênia assinaram uma carta conjunta que solicita formalmente à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) a dissolução do Grupo de Minsk, criado em 1992 para fazer a mediação entre os dois países.
Quando questionado sobre o que a Armênia ganha com este acordo, um alto funcionário americano afirmou que Yerevan se beneficia do "parceiro mais importante e crucial do mundo, os Estados Unidos", mas não entrou em detalhes sobre o tema de Krabakh.
"Os perdedores aqui são China, Rússia e Irã", declarou a fonte, que pediu anonimato.
- Trauma -
Para tentar superar suas discrepâncias, Baku e Yerevan concordaram, em março, com os termos de um tratado de paz.
Mas o Azerbaijão exigiu que a Armênia emendasse sua Constituição e renunciasse oficialmente qualquer reivindicação territorial sobre Karabakh, rompendo, assim, seus vínculos com a região, considerada pelos armênios como sua pátria ancestral.
Nikol Pashinian disse estar disposto a fazê-lo e anunciou sua intenção de realizar um referendo constitucional em 2027.
No entanto, o trauma da perda de Karabakh, chamado Artsaj em armênio, divide o país.
O anúncio desta sexta-feira reacendeu os apelos entre os partidários de Trump para que ele receba o Prêmio Nobel da Paz.
"Esqueçam o Prêmio Nobel. Deveria haver um Prêmio Trump", comentou o televangelista Johnnie Moore, aliado do presidente republicano, na rede social X.
"Já é hora de que Donald Trump receba o Prêmio Nobel da Paz", declarou sua porta-voz, Karoline Leavitt, na semana passada. Ela citou suas conquistas nas mediações entre Índia e Paquistão, Camboja e Tailândia, Ruanada e a República Democrática do Congo.
Apesar de suas promessas de campanha, Trump segue sem conseguir pacificar a Ucrânia, em guerra desde que a Rússia invadiu seu território em 2022. Também não conseguiu pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza.
E.Celis--LCdB