Obra monumental de Michelangelo Pistoletto é exibida aos pés das pirâmides do Egito
Uma versão monumental de "Terceiro paraíso", a obra mais conhecida do artista italiano Michelangelo Pistoletto, foi revelada ao público nesta terça-feira (11) aos pés das pirâmides de Gizé, perto do Cairo, durante o festival de arte contemporânea "Forever is Now".
Para esta nova versão da instalação emblemática, já exibida "mais de 2.000 vezes no mundo", o artista, ícone da Arte Povera, de 92 anos, utilizou blocos de calcário, a pedra usada na época dos faraós para construir as pirâmides.
Um obelisco de três metros de altura, com paredes revestidas de espelhos metálicos, completa a obra de 28 metros de comprimento que forma o símbolo do infinito (∞) sobre a areia de Gizé.
O artista franco-beninense King Houndekpinkou apresenta, por sua vez, uma coluna composta de fragmentos de cerâmica recuperados em uma fábrica de manufatura do Cairo.
"É uma oportunidade incrível de conversar com 4.500 anos ou mais de história", disse o artista ceramista à AFP, ao lado de sua obra "Totem branco de luz".
O sul-coreano Jongkyu Park utilizou as medidas da pirâmide de Quéops para criar as estruturas geométricas de sua instalação "Código do eterno", especialmente concebida para o Egito.
Mil pequenos espelhos cilíndricos de acrílico plantados na areia compõem um poema em código Morse que imagina um diálogo entre Tangun, lendário fundador do primeiro reino coreano, e o faraó egípcio.
O português Alexandre Farto, conhecido como "Vhils", "recolheu portas no Cairo e em outras partes do mundo" para sua instalação, destinada a evocar "o processo arqueológico".
Outros seis artistas, o turco Mert Ege Köse, a americana Alex Proba, o libanês Nadim Karam, a brasileira Ana Ferrari, a egípcia Salha Al Masry e o coletivo russo "Recycle Group", participam da quinta edição do festival, programado até 6 de dezembro.
A.Louis--LCdB